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24o dia em casa

 Há 8 anos me apresentava pela primeira vez no teatro. Um sentimento único e inigualável tomava conta de mim. Iniciei em um monólogo com texto da Clarice Lispector e após contracenava com personagens incríveis de um conto. Foi uma experiência transcendental, na qual minha mãe e avós acreditaram só ali no meu potencial como atriz.
 Cresci ouvindo que precisava ter algo concreto, como uma faculdade que ajudaria trabalhar em uma empresa, segui. Sou hoje formada, carrego meu diploma e trabalho na área de Marketing. Agora penso, o caminho que tracei foi o que eu queria ou o que esperavam de mim? Venho refletindo que é tarde demais ser o que sonhava quando adolescente. Será que estou louca ou realmente tomando um choque de consciência?
 Sou apaixonada por artes, música, teatro, filmes e novelas. Até hoje, assisto um belo filme de época, me imaginando interpretando alguma cortesã ou princesa. Sonho acordada em ter outra vida, mas paro e penso "Será que é imaturidade minha? Medo de encarar a vida adulta? Ou simplesmente estou buscando o que é certo para minha felicidade?".
 Hoje trabalho de forma automática, me sinto atuando algumas vezes, querendo acreditar que aquilo é o meu destino. Tenho uma dificuldade de tentar criar objetivos para o meu futuro e isso me frustra. Torna-se um ciclo vicioso, de pensar, querer, sentir, me achar imatura e voltar para a mesma realidade. É um processo contínuo, e não sei como sair dela. Não sei mesmo, pois com todos esses anos atuando na área de Marketing, ficou cômodo para mim e deixei para lá minha paixão por teatro. E entro em um novo ciclo, bem parecido com o primeiro, só que pensando que sou uma covarde, uma menina mimada e preciso ser racional, viver o que já tenho hoje. 
  Fico na esperança de um dia descobrir por mim a fórmula para saber o que quero de verdade.

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Até onde vai seu pensamento? Você da limite a sua privacidade em que só a gente saberá? Sente culpa por pensar de coisas que no fundo queria, mas acha que não deve? O nosso cérebro guarda tudo aquilo que absorvemos, e nos sonhos aparece o que está no nosso subconsciente, que até podemos nos espantar de tão absurdo que é! Mas é o momento nostálgico, sem limites, de liberdade, de desejos e mais desejos que são de alguma forma realizados dentro de você. O perigo é aquela pessoa que não consegue deixar de ser atingido por ele mesmo, assim o deixando triste, maluco sem saber o que fazer. Precisamos pelo menos ter um pouco de consciência para que assim a nossa privacidade não se torne pública. É tão bom sonhar, mas não deixa que isso interfira em sua vida, e sim, que o ajude!

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